quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Preparação e entrega

No ensaio de ontem ordenamos as coisas, as cenas, as possíveis falas, as músicas, os meandros, os medos, e as nuances necessárias para trazer mais lucidez e menos incoerência à peça. Marcamos passos, agora estamos mais afinados, e assim preparados para a entrega que se aproxima. O palco mudou, não vai ser na arquitetura, uma frustração, era tão melhor, mais íntimo, mais livre, mais condizente, agora, num outro palco precisaremos adaptar pares de coisas.
O transe ficou marcado, deu certo ontem, o aquecimento ao som de Jorge Ben fez bem, deu-nos o ritmo certo, o momento certo, e agora que continue assim, manteremo-nos assim, na grande festa da santa-menina morta.
Sinceramente, algumas coisas de produção estão atrasadas, o figurino é uma dúvida, mas estabelecemos que os objetos cênicos serão os dois panos, as velas, o tambor, a cachaça e os tules. Nada mais! Sem dinheiro nem tempo. O som é aquele, as músicas incorporamos as infantis e as de igreja para a procissão, vai ficar bonito, ordenado, e ao mesmo tempo caótico, o que deixou de ser algo ruim e passou a ser uma qualidade, porque agora o caótico é pensado, é organizado e refletido.
Termina aqui meu diário de bordo, a grande festa da santa-menina morta se aproxima, o público eu não sei o que dirá, quem será, mas sabemos que estamos nos encaminhando à lapidação de um espetáculo que antes era somente intuitivo e instintivo, e agora, é consciente.

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