Bebemos uma garrafa inteira de um vinho doce. E nada mais poderia nos deter. A dança inicial foi a parte mais saborosa de todo o espetáculo, que para alguns impacientes reclamões seria nada mais, nada menos que uma maçada, mas não, é a preparação. E assim seguiu a noite, tão rápida, tão fugidia e tão prazerosa. Alguns pequenos deslizes, frases fora de lugar, voz que não saía, projetor que não obedecia, mas nada parou a peça, nada nos deteve, muito menos a aflição da ansiedade. Uvas, e mais uvas, e cigarros, e goles de vinhos, e reza, sim a gente sabe rezar direito, e mais medo, e muito mais expectativa: é o nosso primeiro grande e último dia. Depois a santa que vá rezar em outro lugar, vamos para o próximo.
Mas foi bom, e foi bem. Há quem achou uma "viagem", que saiu sem nada entender, e desde quando a clareza e a compreensão foram duas de nossas palavras favoritas? Acho que não. É sonho, é dança, é saia, rodando ou não, rasgando ou sim. Viemos de corpo inteiro, e acabados de corpo, nos retiramos. As luzes fizeram toda diferença.
Éramos três desajustados em foco, três loucos buscando a luz, a voz, a face de alguém no meio do escuro. E tudo se findou no mais brilhante desajuste. Por que além do mais, quem foi que disse que se precisa se ajustar para brilhar?
Mas foi bom, e foi bem. Há quem achou uma "viagem", que saiu sem nada entender, e desde quando a clareza e a compreensão foram duas de nossas palavras favoritas? Acho que não. É sonho, é dança, é saia, rodando ou não, rasgando ou sim. Viemos de corpo inteiro, e acabados de corpo, nos retiramos. As luzes fizeram toda diferença.
Éramos três desajustados em foco, três loucos buscando a luz, a voz, a face de alguém no meio do escuro. E tudo se findou no mais brilhante desajuste. Por que além do mais, quem foi que disse que se precisa se ajustar para brilhar?